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Parkinson – O que é, causas, sintomas e tratamento

 

 

 

A doença de Parkinson é um distúrbio comum que afeta a habilidade cerebral de controle voluntário dos movimentos.

Uma porcentagem relativamente considerável das pessoas têm tendência a desenvolver Parkinson, principalmente na terceira idade, acima dos 60 anos.

O Parkinson pode afetar diferentes pessoas de diferentes modo, podendo ser em maior ou menor nível.

Muitos pacientes diagnosticados com essa doença são capazes de viver durante muitos anos sem manifestar nenhum dos sintomas, ou sem apresentá-los de maneira grave.

Sua descoberta já era datada no antigo sistema indiano, com o nome de Kampavata (“kampa” significa tremor em sânscrito).

Em 1817, o doutor James Parkinson realizou um estudo detalhado sobre o distúrbio, que posteriormente viria a ser batizado com seu nome pelo neurologista francês Jean Martin Charcot, que reconheceria a doença como um verdadeiro problema médico.

Até os dias atuais, a doença de Parkinson continua sendo alvo de estudos, em busca de um aprimoramento de seus tratamentos e uma tentativa de descobrir como se deu seu surgimento.

 Tudo o que você  precisa saber sobre Parkinson

Parkinson

 1 – Causas

As causas que levam ao desenvolvimento da doença de Parkinson ainda são desconhecidas.

Células nervosas do cérebro, os neurônios, são capazes de produzir dopamina, um composto químico que auxilia no controle do movimento dos membros.

Em pessoas portadores de Parkinson, essas células começam a se degenerar lentamente, o que leva a perda da competência de produzir a dopamina.

Como resultado, os sintomas do Parkinson começam a se manifestar ao longo do tempo, até que se tornam severos e incapacitam o paciente.

No entanto, não se sabe, exatamente, por que esses neurônios param de funcionar corretamente.

A queda de produção de dopamina e a degeneração desses neurônios acontecem de forma distinta entre as pessoas, por isso os portadores apresentam diferentes sintomas em intervalos de tempo que não seguem exatamente um padrão.

Cada pessoa podem apresentar neurônios que degeneram mais rapidamente ou mais lentamente, de modo que existem casos onde o portador vive normalmente, e outros onde o indivíduo é incapaz de se mover e pode chegar, eventualmente, a óbito.

Algumas das principais teorias sobre o que causaria a doença de Parkinson seriam os fatores genéticos, como mutações, e fatores ambientais, como contato intenso com pesticidas, produtos químicos tóxicos e metais pesados.

 

 2 – Fatores de risco

Por se tratar de um distúrbio que ainda não possui causas conhecidas, os fatores de risco foram determinados de acordo com os casos diagnosticados.

O principal grupo de risco são os idosos. Pessoas na terceira idade, especificamente a partir dos 50 anos.

Embora a doença de Parkinson se manifeste em jovens também, a porcentagem de idosos que apresentam esse distúrbio é de 2% a 4%, o dobro de risco da população geral.

Outro fator de risco identificado é o genético. Como mencionado, uma das teorias das prováveis causas do Parkinson é o fator genético.

Mutações genéticas podem levar ao desenvolvimento da doença, de modo que pessoas que possuem casos na família têm probabilidade de apresentar, no futuro.

É possível realizar testes e exames preventivos para identificar a presença dessas mutações.

Por fim, pessoas que trabalham com produtos tóxicos, químicos, pesticidas ou metais pesados podem vir a apresentar o distúrbio, por conta da morte dos neurônios produtores de dopamina.

Por esses produtos contaminarem lentamente, a manifestação da doença acontece tardiamente, já na terceira idade, com sintomas mais agressivos.

 

 3 – Sintomas

Os sintomas da Doença de Parkinson podem ser divididos em duas categorias: motores e não-motores.

Sintomas motores

Os sintomas motores são aqueles que afetam os movimentos do corpo, e são os mais facilmente diagnosticados, pela sua maioria ser óbvia de ser identificada.

Sintomas motores costumam aparecer de um lado do corpo, e se espalharem ao longo do tempo.

Em seus estágios mais severos, eles afetam a habilidade de andar, falar, se movimentar corretamente e exercer atividades diárias normalmente.

Entre os principais sintomas motores, encontram-se os tremores, principais associados ao distúrbio.

Os tremores, muitas vezes, podem não ser visíveis ou perceptíveis por terceiros, e os pacientes podem descrever apenas como uma sensação de tremedeira interna.

Quando se manifestam, os tremores usualmente começam nas mãos, quando o portador está parado ou descansando.

Eventualmente, ele se espalha para outros membros, tornando impossível que o indivíduo controle seus movimentos.

Sentimentos como ansiedade, raiva ou nervosismo podem piorar a manifestação desse sintoma. Ele costuma afetar, inicialmente, as pernas e a língua.

A bradicinesia, conhecida como lentidão dos movimentos, afeta a coordenação, causando, em quadros mais graves, cansaço extremo e incapacidade de se levantar, devido à exaustão.

Assim como a rigidez dos membros e a postura instável, esse sintoma afeta diretamente o senso de equilíbrio e a capacidade de se movimentar normalmente.

Conforme a doença vai se espalhando, e os neurônios se degeneram, os sintomas se tornam mais pronunciados e mais severos.

Sintomas não-motores

Por outro lado, os sintomas não-motores são relacionados a manifestações que não afetam os movimentos.

Muitos desses sintomas afetam os demais sentidos, como visão, audição e olfato, e também a habilidade de pensar racionalmente.

Problemas cognitivos, demência, perda de memória, alucinações e desordens psicológicas são alguns dos sintomas não-motores que se manifestar com o Parkinson.

Cerca de 40% dos pacientes que realmente portam a doença apresentam algum quadro de psicose, sendo as alucinações visuais as mais comuns.

Esse sintoma pode permanecer durante algum tempo como efeito colateral do uso de medicamentos no tratamento.

Fadiga, dores musculares, dificuldade para dormir, insônia durante a noite e perda do olfato também podem ser apresentados.

Muitos dos sintomas são semelhantes a outras doenças, de forma que é preciso identificar um conjunto de manifestações, motoras e não-motoras, para o devido diagnóstico correto, além do início do tratamento.

A maioria dos sintomas só são relatados já com um quadro particularmente avançado, ainda que não severo, e o tratamento deve ser iniciado o quanto antes.

 

 4 – Tratamento

A doença de Parkinson é crônica e progressiva, não existindo uma cura definitiva. O objetivo dos tratamentos é controlar os sintomas, e proporcionar maior qualidade e longevidade de vida.

O tratamento mais comum é através de dosagens de medicamentos, que podem ser aplicados de acordo com a severidade dos sintomas apresentados até aquele momento.

Os remédios, em sua maioria, possuem uma ação sintética semelhante à dopamina, e substitui, em partes, seus efeitos no corpo, diminuindo o avanço da doença e o agravamento dos sintomas.

Em pacientes com quadros mais graves, que já não respondem bem ao tratamento com medicamentos, pode ser recomendada uma cirurgia.

A intervenção cirúrgica não cura o Parkinson, mas é capaz de melhorar a qualidade de vida do portador.

O cirurgião implanta estimuladores elétricos em áreas específicas do cérebro, que ajudarão o paciente a ter controle de seus movimentos voluntários.

Em alguns casos, o médico também poderá recomendar mudanças de hábitos no estilo de vida do indivíduo, aumentando a prática de exercícios aeróbicos e fisioterapia, para ajudar no equilíbrio.

 

 5 – Diagnósticos e exames

Não existem testes sanguíneos ou clínicos que sejam capazes de confirmar, afirmativamente, o diagnóstico da doença de Parkinson.

Para se obter um resultado, é preciso observar a evolução dos sintomas normalmente associados ao distúrbio, e, juntamente de um médico especializado, fazer a análise do histórico médico do paciente.

Exames psicológicos e neurológicos gerais também pode auxiliar na identificação, junto das demais análises.

Geralmente, dois dos três sintomas primários – tremores, lentidão nos movimentos e rigidez – devem aparecer nos exames iniciais, para que seja considerada a doença de Parkinson.

Além disso, especialistas costumam seguir uma ordem comum do aparecimento do distúrbio. Inicialmente, um dos sintomas aparece em um dos lados do corpo, se espalha e o paciente responde positivamente aos tratamentos com medicamentos.

Exames psicológicos e físicos podem ser aplicados para diagnosticar o equilíbrio, reflexos e movimentos do paciente que possui a suspeita ou os sintomas iniciais de Parkinson.

Além disso, foi desenvolvido uma tomografia computadorizada com emissão individual de dopamina, onde aparelhos de radiografia são implantados no cérebro do paciente, capazes de analisar a atividade de dopamina existente.

Trata-se de um exame com alta capacidade de descartar outras doenças relacionadas a tremores, e confirmar o diagnóstico de Parkinson.

 

 6 – Prognóstico

Muitos especialistas acreditam que seja difícil estabelecer um prognóstico garantido da doença de Parkinson.

Visto que, uma vez que o distúrbio se manifesta de maneiras diferentes em cada portador, podendo se apresentar mais brandamente em alguns casos, e mais severamente em outros.

A maioria das pessoas que seguem o tratamento com medicamentos costuma viver satisfatoriamente por muitos anos, sem que os sintomas atrapalhem sua rotina e a coordenação de seus movimentos voluntários.

Por outro lado, também existem pacientes que, eventualmente, vêm a óbito por conta do Parkinson, embora não seja exatamente fatal; contudo, pode trazer complicações graves em outras áreas do corpo, tal como falência de órgãos ou pneumonia grave.

É importante ressaltar que o tratamento é demorado, e muitos sintomas podem apresentar regressão e outros podem se manifestar de caso para caso.

O acompanhamento médico é imprescindível, assim como a correta administração dos medicamentos.

O uso dos remédios prevê uma estagnação do deterioramento dos neurônios que produzem a dopamina, de modo que o portador ainda possui parte do controle de seus movimentos.

A recomendação de fisioterapia e exercícios também podem melhorar parte do quadro de sintomas já manifestados.

 

 7 – Prevenção

Uma vez que não há uma causa definitiva para o desenvolvimento da doença de Parkinson, a prevenção pode ser feita a partir de medidas relativamente simples.

Uma rotina de atividades físicas regulares ajudam a oxigenar o cérebro, deixando-o mais ativo e promovendo a renovação constante dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina, evitando sua degeneração acelerada e o surgimento do distúrbio.

O hábito de consumir alimentos antioxidantes também pode contribuir para o abastecimento do organismo com substâncias essenciais para seu funcionamento correto. Alguns desses alimentos são aveia, açafrão, frutas vermelhas e frutas cítricas em geral.

Estímulos cerebrais também aparecem como uma recomendação comum para prevenir o mal de Parkinson. Exercitar o cérebro pode ajudar para o retardamento da degeneração dos neurônios.

Atividades que exijam esforço mental unido ao esforço físico, como a prática de desenho e pintura, cálculos, ou até mesmo jogar videogame pode contribuir para esse estímulo.

Pesquisas apontam que pessoas adultas que praticam algum tipo de atividade física possuem o risco de desenvolver Parkinson diminuído em 30%.

Além disso, pessoas que trabalham com produtos tóxicos, químicos, metais pesados e pesticidas, como já mencionado anteriormente, também fazem parte do grupo de risco.

Caso não seja viável evitar o manuseio desses produtos, é necessário utilizar todos os equipamentos necessários para a menor contaminação possível, além de realizar exames periodicamente.

 

 Conclusão

A doença de Parkinson não é um distúrbio raro de se desenvolver, embora sua causa seja desconhecida.

Muitas pesquisas estão sendo realizadas, nos dias de hoje, em busca de princípios orientadores que possam explicar o padrão de emergência da doença.

Seus sintomas podem ser identificados com relativa facilidade, embora seja importante se atentar para a distinção entre doenças que possam apresentar os mesmos indícios, como, por exemplo, tremores ou rigidez corporal.

O Parkinson não pode ser diagnosticado com convicção, de modo que é preciso fazer exames gerais, psicológicos e físicos, junto da análise do histórico médico, a fim de chegar a um resultado.

Usualmente, os pacientes já apresentam um avanço dos sintomas, que, caso correspondam positivamente ao tratamento com medicamentos, o desenvolvimento da doença é confirmado.

Apesar de não possuir cura, os portadores de Parkinson podem viver com qualidade de vida, e executar suas tarefas rotineiras normalmente, desde que sigam o tratamento com remédios de forma adequada.

Muitas pessoas passam anos sem manifestar os sintomas ou apresentar evolução do quadro, mantendo o controle de seus movimentos voluntários.

Casos mais severos podem ser tratados através de cirurgia, que, embora não apresente a cura completa, é capaz de reverter parte do quadro do paciente.

Dessa forma, se proporciona uma melhora na sua qualidade de vida, estimulando parcialmente o cérebro.

A prevenção pode ser realizada através de medidas simples, como exercícios regulares, alimentação balanceada e estímulos cerebrais constantes. 

Pessoas que desenvolvem a doença de Parkinson podem ter uma vida normal, serem autônomas e continuar exercendo suas atividades, basta seguir os tratamentos como indicado e buscar acompanhamento médico periódico.

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