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Depressão clínica – O que é, causas, sintomas e tratamento

 

 

 

A depressão clínica é uma doença que vai além de apenas se sentir triste. Ela causa exaustão mental, perda do interesse em realizar atividades e um imenso sentimento de vazio.

É o distúrbio psiquiátrico mais comum no mundo. Estima-se que cerca de 350 milhões de pessoas apresentam um quadro de depressão clínica, contudo, menos de um terço efetivamente procura pelo tratamento.

Durante o diagnóstico, é importante diferenciar a tristeza patológica, que provém de acontecimentos difíceis ou desagradáveis ao longo da vida, da depressão clínica, que provoca um constante estado de desânimo, exaustão, tristeza e angústia.

As pessoas que se sentem tristes, geralmente sabem porque estão se sentindo daquela maneira, há um motivo que possa explicar.

Por outro lado, pessoas com depressão não entendem o que causa sua angústia, mesmo que coisas boas aconteçam, elas continuarão tristes, desesperançosas e, eventualmente, com pensamentos suicidas.

Ao longo dos anos, a forma como a depressão era tratada pela sociedade se modificou muito.

Anteriormente, distúrbios mentais e psicológicos eram associados a mitos e superstições. O primeiro manual sobre essa categoria de distúrbios só foi lançado em 1952.

Com a evolução da medicina e das tecnologias, o conceito de depressão, vinculado à loucura e melancolia, foi se alterando, até passar a ser reconhecido, efetivamente, como uma doença que precisa de tratamento e acompanhamento profissional.

Tudo o que você precisa saber sobre depressão

Depressão clínica - O que é, causas, sintomas e tratamento 1 – Causas

Por se tratar de um distúrbio mental, existem muitas teorias sobre quais seriam as possíveis causas da depressão.

A teoria mais estudada aponta que poderiam haver alterações bioquímicas no cérebro dos pacientes que apresentam quadro de depressão clínica.

Muitos estudos já foram realizados acerca dessa teoria, e ressonâncias chegam a apontar disfunções nas atividades cerebrais.

Contudo, essa teoria não foi verdadeiramente confirmada como a real causa da depressão.

Nem todas as pessoas com predisposição genética chegam a desenvolver a depressão clínica, pois a forma como elas reagem a determinados acontecimentos influência nessas alterações.

Especialistas que analisam os diferentes tipos de personalidade relatam que determinados aspectos podem ser fatores de risco para o desenvolvimento.

Indivíduos essencialmente pessimistas, com tendências ansiosas ou negativas têm propensão a ter depressão clínica mais facilmente.

Simultaneamente, outros fatores externos também podem ser apontados como possíveis causas para a depressão.

Traumas de infância, exposição a demasiado estresse físico e psicológico, outras doenças sistêmicas, como hipotireoidismo, e o consumo de drogas lícitas e ilícitas podem ocasionar um quadro de depressão.

O uso de alguns medicamentos controlados para tratamento de outros distúrbios alertam para episódios depressivos como efeito colateral.

Além disso, mulheres também tendem a ser mais vulneráveis para desenvolver esse distúrbio durante alterações hormonais intensas, como período fértil e gravidez.

 

 2 – Fatores de risco

Existem determinados fatores de risco internos e externos que podem levar a um quadro de depressão clínica.

A princípio, pessoas com histórico de depressão na família podem ter uma tendência a apresentar o distúrbio futuramente, ou, ao menos, possuir alterações genéticas que propiciem isso.

Do mesmo modo, pessoas expostas a situações de estresse físico ou psicológico, ou chantagem emocional, como relacionamentos abusivos, também podem desenvolver a doença.

Indivíduos que apresentam neuroticismo, a tendência a se preocupar demasiadamente de modo não saudável ou racional, estão dispostos a possíveis quadros de depressão clínica.

Baixa autoestima e falta de confiança também são fatores de risco internos.

Por outro lado, como fatores de risco externos, destacam-se acontecimentos traumáticos na infância, situações de bullying, problemas de divórcio dos pais, e, posteriormente, do próprio relacionamento, ansiedade precoce e família desequilibrada.

Ainda, pouco suporte social e familiar durante o crescimento é um dos maiores atenuantes da depressão clínica em adolescentes e jovens.

Adultos que se submetem a trabalhos exaustivos, muita cobrança e situações de estresse recorrente têm aumento nos riscos de desenvolver o distúrbio também.

Fatores ambientais, como ambientes violentos, negligenciados, de pobreza ou abusos tendem a facilitar o surgimento do quadro de depressão clínica em seus residentes.

Em segundo plano, indivíduos portadores de outras doenças, sejam momentâneas ou permanentes, podem apresentar depressão clínica como sintoma ou consequência, inclusive durante tratamentos que fazem uso de medicamentos controlados.

 

 3 – Sintomas

A depressão clínica pode apresentar sintomas em muitos níveis. Seu maior indício são as alterações de humor, presença de um forte sentimento de tristeza, angústia inexplicável e grande desinteresse por atividades rotineiras.

Contudo, para que a depressão possa ser diagnosticada de forma correta, não sendo confundida com tristeza patológica, por exemplo, é necessário identificar ao menos cinco sintomas no mesmo quadro.

À primeira vista, a tendência de se sentir triste sem causas aparentes costuma ser o primeiro sintoma apresentado.

Sentir-se desencorajado, desesperançoso, sem motivações, ansioso, ou até mesmo não conseguir identificar o humor pode indicar o distúrbio.

Algumas pessoas também relatam sentimento de raiva e frustração recorrentes, além da tristeza e do sentimento de vazio.

A perda do interesse em atividades rotineiras é o segundo sintoma mais identificado, e, geralmente, acompanha o quadro de tristeza prolongada.

Nesse momento, o indivíduo perde a vontade de fazer coisas que, antes, faziam parte da sua rotina ou lhe causavam alegria, como um hobby.

Muitas pessoas com depressão clínica relatam não conseguirem tomar banho, cozinhar, arrumar a cama ou irem trabalhar.

Também não se sentem entusiasmados para realizar atividades que gostavam e lhes davam prazer.

Outros sintomas identificáveis são a mudança de apetite ou peso, insônia, agitação ou retardação, fadiga, exaustão, sensação de culpa excessiva, falta de concentração e pensamentos suicidas são alguns dos mais relatados.

Além disso, a depressão pode ser acompanhada por outras doenças, como bipolaridade, esquizofrenia ou outros distúrbios, de modo que os sintomas podem se misturar.

Os sintomas devem perdurar por, pelo menos, duas semanas, para que se encaixem, efetivamente, no quadro de depressão clínica, e possam levar a um diagnóstico mais preciso.

 

 4 – Diagnóstico e exames

O diagnóstico para depressão clínica é realizado através de profissionais habilitados e análise do quadro de sintomas apresentados pela pessoa.

É preciso que o indivíduo procure um médico especializado que seja capaz de diagnosticar corretamente o caso, para indicá-lo a tratamento.

Uma vez que se procura o especialista, ele irá fazer uma série de perguntas e análises do histórico médico do paciente, e perguntar quais os sintomas identificados e o que o levou a procurar ajuda.

Frequentemente, apenas indivíduos que já apresentam pensamentos suicidas ou já tentaram, de fato, se suicidar, acabam por procurar um diagnóstico preciso, enquanto pessoas que apresentam parte dos sintomas não buscam assistência.

O médico irá anotar os sintomas relatados e tratar um panorama geral. Irá perguntar sobre o histórico familiar, social, buscar por eventuais traumas ou acontecimentos recentes que poderiam ocasionar o distúrbio.

Uma vez que se descarta outros quadros, como tristeza patológica, foca-se no diagnóstico da depressão. É preciso acompanhamento frequente, pelo menos nos primeiros meses, para que se tenha certeza da doença.

Será necessário traçar uma ficha do paciente com todos os sintomas diários, a maneira que eles afetam o cotidiano, as relações sociais e sua vida individual, como esse quadro evolui e a possível existência de outros distúrbios mentais.

Também é possível solicitar exames laboratoriais que chequem os níveis de hormônios atuantes e outras possíveis condições médicas que causem os mesmos sintomas da depressão.

 

 5 – Tratamento

Antes de mais nada, é preciso identificar e diagnosticar corretamente o tipo de depressão clínica que o paciente apresenta.

Além da depressão clínica, existe também quadros de depressão que acompanham outros distúrbios, de maneira secundária.

Há diferenças também entre episódios depressivos, com reincidência, transtorno depressivo, depressão bipolar e distimia, por exemplo, que se trata de um quadro mais moderado da depressão clínica, mas não impede a pessoa de prosseguir com sua rotina.

Após a correta identificação da doença, inicia-se o tratamento.

Quadros leves, ainda no início do distúrbio, costumam ser tratados com acompanhamento médico sistemático. Diferentes terapias podem ser aplicadas para a depressão clínica mais branda, e costumam responder bem a tratamentos psicoterápicos.

Por outro lado, quadros de depressão clínica mais agravados, com ocorrências de tentativa de suicídio ou forte interferência na vida social, familiar e profissional do paciente são tratados com antidepressivos.

Além da medicação controlada, o acompanhamento psicológico e psiquiátrico é imprescindível para obter resultados positivos.

Os remédios para depressão clínica não costumam causar dependência, mas podem apresentar efeitos colaterais, dependendo do organismo de cada paciente.

 

 6 – Prognóstico

Em um primeiro momento, em relação a quadros mais severos de depressão clínica, espera-se que o paciente apresente uma redução do nível dos sintomas.

Os antidepressivos agirão sobre os sentimentos de angústia, solidão, vazio, frustração, desesperança e tristeza, fazendo com que a pessoa volte, pouco a pouco, a sua rotina normal.

Ela voltará a ser capaz de realizar suas tarefas cotidianas, e, eventualmente, os sintomas diminuirão, fazendo com que o paciente seja capaz de se sentir feliz, satisfeito e motivado.

É indicado que o acompanhamento médico perdure por mais alguns anos, mesmo com a cessão do uso de medicamentos.

A depressão clínica não possui, exatamente, uma cura. Os sintomas podem regredir até se tornarem mínimos ou inexistentes, mas o paciente está disposto a uma recaída, e pode voltar a utilizar os remédios.

Por fim, a médio e longo prazo, espera-se que o paciente esteja livre dos sintomas da depressão, se seja capaz de dar seguimento a sua rotina normalmente.

Com o tempo, a pessoa pode pausar os acompanhamentos médicos periódicos, retornando ao psicólogo ou psiquiatra apenas se achar necessário.

 

 7 – Prevenção

Existem alguns métodos básicos de prevenção à depressão clínica, ainda que ela seja um distúrbio mental sem nenhuma causa concreta.

Incentiva-se uma vida saudável e equilibrada. Boa alimentação, prática de atividades físicas regularmente e uma rotina de sono regular.

Simultaneamente, indica-se evitar o consumo de drogas lícitas, como álcool, e drogas ilícitas, que podem apresentar quadros de depressão como efeitos colaterais.

Orienta-se abandonar situações demasiadas estressantes, ou, se não for possível, combater esse estresse investindo em atividades que sejam prazerosas.

Além disso, é importante estar atento aos menores sintomas. Pessoas que já possuem predisposição para o quadro, ou tenham casos de depressão clínica na família, estão mais suscetíveis a desenvolver esse distúrbio.

Ao perceber que alguns dos sintomas estão se manifestando, a pessoa deve procurar um psicólogo e relatar seus problemas, antes que o quadro evolua substancialmente.

Por fim, para prevenir o desenvolvimento da depressão clínica, é preciso realizar acompanhamento médico especializado periodicamente, tratando de acontecimento difíceis ou desagradáveis da melhor maneira possível.

 

 Conclusão

A depressão clínica é considerada, por muitos especialistas, como a doença do século. Ela atinge milhões de pessoas, e nem sempre é tratada corretamente.

 

Ainda que seja reconhecida pelos sintomas de tristeza extrema e sem motivações aparentes, desesperança, fadiga e desinteresse pelas atividades rotineiras, a depressão também apresenta outros sintomas.

Perda de peso e apetite, insônia, ansiedade, culpabilização extrema e desorientação são alguns dos indícios de que o indivíduo está desenvolvendo um distúrbio mental.

Além disso, a depressão também pode surgir em detrimento de outras doenças, psicológicas ou não, e seus sintomas podem mesclar com os de demais distúrbios.

O diagnóstico preciso é feito somente por um profissional, que fará o devido acompanhamento do paciente, relatando não somente os sintomas recentes, mas também todo seu histórico médico, familiar, social e profissional.

Existem mais de um tipo de depressão, e ela deve ser caracterizada corretamente, para que os tratamentos surtam efeitos positivos.

O tratamento é realizado, principalmente, com acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e, em quadros mais severos, com a utilização de antidepressivos.

Eventualmente, espera-se que os medicamentos possam ser suspensos com a diminuição dos sintomas, e o paciente volte a sua rotina normalmente.

A depressão clínica não possui cura, e também não tem uma causa definitiva, apesar de alguns fatores aumentam os riscos de desenvolvimento.

Em suma, é preciso tratar a depressão como qualquer outra doença grave, que precisa ser tratada por profissionais e vista com a mesma seriedade e comprometimento.

Depressão clínica é muito mais que tristeza ou cansaço. Ela afeta a rotina das pessoas, os impede de realizar atividades simples e suprem seu interesse pela vida. 

Logo, a depressão clínica pode ter seu quadro minimizado, e, eventualmente, suprimido por completo, com a ajuda de médicos e o apoio familiar e social.

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