Demência de Alzheimer e Neuropsicologia
A senescência populacional, segundo Organização Mundial de Saúde (OMS), tem início entre os 60 e 65 anos de idade e pelas estatísticas aumentará entre os anos de 1950 e 2025, cerca de quinze vezes, enquanto o restante da população apenas cinco vezes. O aumento da expectativa de vida e a redução progressiva nas taxas de natalidade fazem com que a parcela proporcional de idosos seja cada vez maior na constituição da pirâmide populacional brasileira e esse envelhecimento populacional faz com que haja proporcional aumento nas doenças relacionadas ao envelhecimento, como por exemplo as doenças neurodegenerativas que podem comprometer a autonomia dos indivíduos e assim fomenta a importância em saúde pública.
Demência de Alzheimer
A Demência de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa, caracterizada pela perda gradual das funções cognitivas que ocasionam prejuízo nas atividades de vida diária (AVD’s), no desempenho funcional e social do indivíduo. Para o diagnóstico de DA, são necessárias a caracterização clínica do declínio cognitivo do paciente e a exclusão de outros fatores etiológicos. O diagnóstico em vida, assim como nas demais doenças neurodegenerativas, se dá por meio do perfil cognitivo e exames de neuroimagem. Os exames complementares sem alterações corroboram com uma possível suspeita, mas cabe ressaltar que não configuram um marcador patognomônico.
Quando ao perfil cognitivo na DA, há mudanças neuropsicológicas que incluem o comprometimento da memória, lentidão da velocidade de raciocínio, desatenção, afasia, agnosia, apraxia, capacidade de abstração e planejamento.Clinicamente, a memória se destaca como um dos marcadores cognitivos mais precoces da DA e se inicia com redução da capacidade de registrar novas informações, sendo elas de cunho visual ou verbal, progredindo para perda de memória mais evidente. Ocorrem, também, manifestações de apraxia – dificuldade para executar atos motores de forma intencional; agnosia visual – déficit no reconhecimento de faces, objetos ou pessoas; e afasia – prejuízo das habilidades lingüísticas que pode ser tanto de compreensão, quanto de expressão. Com a progressão da doença, o indivíduo passa a apresentar dificuldade em suas atividades rotineiras, desorientação temporal e espacial, mesmo em locais onde está habituado a conviver.
Além do comprometimento cognitivo, também é comum episódios de confusão mental e distúrbios psicológicos que se manifestam conforme o estágio da doença (leve, moderado ou grave).
Alguns fatores de risco no desenvolvimento da DA inferem em antecedentes familiares, predisposição genética, baixo nível de educação, histórico de traumatismo cranioencefálico, intoxicação medicamentosa e história precedente de depressão.
A avaliação neuropsicológica na suspeita de DA identifica o declínio cognitivo no idoso, os prejuízos de áreas cerebrais para um diagnóstico diferencial de síndrome psicológica, psiquiátrica e neurológica, norteando o tratamento para uma melhor intervenção reabilitadora e qualidade de vida do paciente em questão.
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Neuropsicóloga Stephanie Toledo Piza Maurano