O que é glioblastoma?
O Glioblastoma faz parte dos astrocitomas, que são tumores que se originam dos astrócitos (células em forma de estrela que compõem o tecido cerebral). Os astrocitomas atualmente são classificados em quatro graus conforme sua agressividade, sendo o glioblastoma considerado grau 4, que significa um pior prognóstico. O glioblastoma é o tumor primário maligno de alto grau mais frequente em adultos. Acomete principalmente homens de idade avançada, variando de 55 a 65 anos.
Classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de tumores astrocíticos específicos
Grau 1 | Astrocitoma pilocítico e astrocitoma subependimário de células gigantes | Baixo grau |
Grau 2 | Astrocitoma e oligodendroglioma | Baixo grau |
Grau 3 | Astrocitoma e oligodendroglioma anaplásico | Alto grau |
Grau 4 | Glioblastoma | Alto grau |
Quais são os fatores de risco para o glioblastoma?
O principal fator de risco é a exposição a radiação ionizante. Alguns estudos indicam que a radiação eletromagnética dos celulares também pode influenciar.
Histórico familiar é importante nos casos de parentes de 1º ou 2º grau que tiveram câncer cerebral muito cedo, pois normalmente está associado com alterações genéticas que podem predispor a esse tipo de tumor.
Quais são os sintomas do glioblastoma?
Glioblastoma é um tumor com crescimento rápido que pode comprimir o cérebro e gerar os seus sintomas, sendo alguns deles:
- Dor de cabeça
- Vômitos
- Convulsões
- Turvação visual
- Visão dupla
- Perda de memória
- Fraqueza
- Déficit cognitivo
- Mudanças de personalidade ou humor
- Perda de força
- Alteração de sensibilidade, como formigamentos ou anestesias
Como diagnosticar um glioblastoma?
A suspeição é feita pela história clínica, exame neurológico e por exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética com contraste. O diagnóstico de certeza apenas é possível após a realização da biópsia ou ressecção da lesão com análise anatomopatológica e imunohistoquímica.
É recomendado o painel genômico do tumor para todos os casos, possibilitando a caracterização molecular do tumor e uma melhor estratégia para o tratamento.
Qual o tratamento do glioblastoma?
O tratamento para o glioblastoma é individualizado, mas a primeira linha de tratamento é embasado no protocolo STUPP que prioriza a ressecção cirúrgica para retirada da maior parte possível do tumor, tentando não deixar sequelas, seguido de radioterapia associada a quimioterapia oral com Temozolomida por 06 semanas e por fim a realização de quimioterapia oral também com Temozolomida por 05 dias seguidos a cada 28 dias por no mínimo 06 ciclos. Lembrando que os painéis genômicos podem nos auxiliar na segunda linha terapêutica caso ocorra a progressão do tumor que está ou que realizou o protocolo STUPP inicialmente.
Posso morrer por um glioblastoma?
O glioblastoma é extremamente letal devido ao seu rápido crescimento, podendo comprimir o cérebro a ponto de levar o paciente a óbito. Importante lembrar que algumas alterações genômicas que o tumor pode apresentar podem conferir melhor ou pior prognóstico.
Posso viver bem com um glioblastoma?
Em geral, glioblastomas costumam sofrer recidivas, e nesses casos é necessário realização de novo tratamento com ressecção cirúrgica, quimioterapia e radioterapia quando possível. No período de estabilidade do tumor, o paciente vive uma vida normal, podendo ter sequelas a depender da área afetada pelo tumor ou da compressão exercida por ele nas áreas sadias. Portanto, o diagnóstico precoce ajuda a aumentar a sobrevida do paciente e também diminui os riscos de sintomas e sequelas.