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Glioblastoma

O que é glioblastoma?

 

O Glioblastoma faz parte dos astrocitomas, que são tumores que se originam dos astrócitos (células em forma de estrela que compõem o tecido cerebral). Os astrocitomas atualmente são classificados em quatro graus conforme sua agressividade, sendo o glioblastoma considerado grau 4, que significa um pior prognóstico. O glioblastoma é o tumor primário maligno de alto grau mais frequente em adultos. Acomete principalmente homens de idade avançada, variando de 55 a 65 anos.

Dra. Lígia Coronatto
neuro-oncologista

 

Classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de tumores astrocíticos específicos

Grau 1

Astrocitoma pilocítico e astrocitoma subependimário de células gigantes

Baixo grau

Grau 2

Astrocitoma e oligodendroglioma

Baixo grau

Grau 3

Astrocitoma e oligodendroglioma anaplásico

Alto grau

Grau 4

Glioblastoma

Alto grau

Quais são os fatores de risco para o glioblastoma?

O principal fator de risco é a exposição a radiação ionizante. Alguns estudos indicam que a radiação eletromagnética dos celulares também pode influenciar.

Histórico familiar é importante nos casos de parentes de 1º ou 2º grau que tiveram câncer cerebral muito cedo, pois normalmente está associado com alterações genéticas que podem predispor a esse tipo de tumor.

 

Quais são os sintomas do glioblastoma?

Glioblastoma é um tumor com crescimento rápido que pode comprimir o cérebro e gerar os seus sintomas, sendo alguns deles:

  • Dor de cabeça
  • Vômitos
  • Convulsões
  • Turvação visual
  • Visão dupla
  • Perda de memória
  • Fraqueza
  • Déficit cognitivo
  • Mudanças de personalidade ou humor
  • Perda de força
  • Alteração de sensibilidade, como formigamentos ou anestesias

 

Como diagnosticar um glioblastoma?

A suspeição é feita pela história clínica, exame neurológico e por exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética com contraste. O diagnóstico de certeza apenas é possível após a realização da biópsia ou ressecção da lesão com análise anatomopatológica e imunohistoquímica.

É recomendado o painel genômico do tumor para todos os casos, possibilitando a caracterização molecular do tumor e uma melhor estratégia para o tratamento.

Qual o tratamento do glioblastoma?

O tratamento para o glioblastoma é individualizado, mas a primeira linha de tratamento é embasado no protocolo STUPP que prioriza a ressecção cirúrgica para retirada da maior parte possível do tumor, tentando não deixar sequelas, seguido de radioterapia associada a quimioterapia oral com Temozolomida por 06 semanas e por fim a realização de quimioterapia oral também com Temozolomida por 05 dias seguidos a cada 28 dias por no mínimo 06 ciclos. Lembrando que os painéis genômicos podem nos auxiliar na segunda linha terapêutica caso ocorra a progressão do tumor que está ou que realizou o protocolo STUPP inicialmente.

Posso morrer por um glioblastoma?

O glioblastoma é extremamente letal devido ao seu rápido crescimento, podendo comprimir o cérebro a ponto de levar o paciente a óbito. Importante lembrar que algumas alterações genômicas que o tumor pode apresentar podem conferir melhor ou pior prognóstico.

Posso viver bem com um glioblastoma?

Em geral, glioblastomas costumam sofrer recidivas, e nesses casos é necessário realização de novo tratamento com ressecção cirúrgica, quimioterapia e radioterapia quando possível. No período de estabilidade do tumor, o paciente vive uma vida normal, podendo ter sequelas a depender da área afetada pelo tumor ou da compressão exercida por ele nas áreas sadias. Portanto, o diagnóstico precoce ajuda a aumentar a sobrevida do paciente e também diminui os riscos de sintomas e sequelas.

 

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